REFLEXOES DO DIA EM PORTUGUES

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Wednesday, February 20, 2008

Será que agora cai a ficha?

Já disse isso e repito, não nego que sou um observador dos fatos do dia-a-dia, e confesso que procuro tirar lições dessas obervações, de preferência com um toque de bom humor. Procuro ser simplista em minha vida, e em tudo, ver o lado bom e divertido. Sempre tem!

Eu procuro aplicar esse conceito em tudo mesmo: no congestionamento matinal, no elevador, nas conversas entre amigos, nos diversos e-mails recebidos, nas mesas dos restaurantes e cantinas, na espera de uma consulta médica, na fila de um banco. Onde tem pessoas, certamente há também situações interessantes. Creio mesmo que a vida é uma escola.

Enfim, em uma dessas viagens observatórias, me deparei com alguns fatos engraçados com a nossa própria língua portuguesa. Já reparou que usamos alguns termos que cá entre nós, muitos deles nem entendemos? O que vou falar, obviamente, não é a descoberta do século, até pesquisei na Internet e reparei que essa observação já foi relatada por alguns escritores e cronistas. Quero fazer uma nova leitura acerca do assunto.

Seja sincero, qual foi a última vez que você realmente viu uma vaca (mamífero) indo para o brejo? Não consigo imaginar tal cena no contexto das grandes cidades! Para não dizer que é impossível, tenho uma prima que resolveu sair da rotina agitada da cidade grande e mudou-se para uma casa em uma cidade mais tranquila, e como nessa casa, o quintal era bem espaçoso, ela resolveu inovar e comprar uma vaca de verdade, na pura intenção de mostrar aos filhos como surge o leite, como a vaquinha se alimenta, enfim... Pobre vaca, nos primeiros dias foi atacada por um cachorro, e na correria do ataque, pulou a cerca (sem nenhuma conotação), invadiu o terreno do vizinho e realmente caiu em uma região de brejo, ficando atolada. Creio que os filhos dela são as únicas crianças desse século que entenderiam a expressão “A vaca foi pro brejo”. Se não acreditarem, me escrevam que eu passo telefone e e-mail dela, para comprovar a história.

Algumas expressões foram condenadas pelo simples avanço da tecnologia. Nesse caso, sofrem aqueles que nasceram nos últimos vinte anos. Certamente a expressão “queimar o filme”, embora muito usada atualmente, talvez não deixa claro o significado para a pessoa que ouve. Afinal, quantas pessoas você conhece que ainda usam filme fotográfico, ao invés das potentes câmeras digitais? Tudo bem que sou do tempo que ainda usávamos cubos de “flash”, com direito a quatro ou seis momentos fotográficos... mas não convém falar de mim aqui!

O que será que passa na mente de nossas crianças, quando nos ouvem dizendo: “Ah, tal pessoa teve que dar a mão à palmatória”? Nem eu consigo detalhar tanto. Pelo que me lembro, nunca vi tal instrumento. O máximo que cheguei perto dessa realidade foi com o finado professor Ramos, que usou uma régua de 40 centímetros castigando minha mão, no extinto primário, quase gerando um processo contra ele. Saí ileso e troquei de escola.

Talvez a solução ideal para evitar confusões mentais seja contextualizar os termos, para uma linguagem de melhor compreensão. Vamos exercitar um pouco:

Cair a ficha: poderia ser trocada por “Ter crédito no celular pré-pago”. Vale comentar a saudade das cartelas de fichas laranjas para ligações locais e azuis para ligações interurbanas. E quem nunca entrou no cadastro para o plano de expansão das operadoras de telefonia, ou então, vendeu a linha telefônica para dar entrada em uma casa? Se não é o seu caso, pergunte para seus pais.

Virar o disco: poderia ser trocada por “Trocar de CD”. Pensando bem, com o avanço das tecnologias, o próprio CD já está perdendo espaço. Talvez a expressão “Ligue o Bluetooth e troque de música” terá mais adeptos por mais tempo.

Entrou no bonde lotado e quis sentar na janelinha: Essa é fácil de contextualizar: “Entrou no Metrô às seis da tarde em plena sexta e quis sentar”.

Em casa de ferreiro, espeto é de pau: Minha sugestão é “Em casa de analista de sistemas, usa-se máquina de escrever”.

Mas, talvez me perguntem, qual a relação dessas minhas observações com uma mensagem prática para a vida cristã? É simples: da mesma forma que usamos esses termos que ninguém entende, fazemos da mesma maneira na vida cristã, e passamos a declarar versículos ou passagens, sem entender o contexto da aplicação da mesma.

Já vi algumas pessoas declararem: “Eu posso... eu tudo posso..”, olhando para um belo carro importado na agência, como se a expressão fosse a palavra-mágica de um super-herói de filmes, que permitirá comprar o tal carro.

E quantas vezes repetimos coisas vãs? “Ah, se Deus quiser”, “Pelo amor de Deus” e por aí vai.

Temos na Bíblia nossa fonte de inspiração e conhecimento, porque é a palavra de Deus, incontestável. Porém, não custa nada aplicarmos as verdades da Bíblia, sem alterar o princípio, alterando apenas o método, para que seja melhor interpretada em nosso mundo atual. Que sentido tem um pregador sair nas ruas gritando: “Raça de víboras...”?

O problema é que nos acostumamos com alguns termos e os usamos, sem nenhuma aplicação prática, prejudicando nossa própria caminhada cristã e pior, não permitindo que as pessoas leiam o Evangelho do Reino através do nosso exemplo de vida.

Que tal dar uma renovada no seu vocabulário cristão, e ao invés de simplesmente decorar versículos, fazer desses textos verdades a serem vividas no seu dia-a-dia? Que tal buscar um nível de comunhão e relacionamento com Deus tão profundo, que o fará falar de coisas atuais, através da ótica do Evangelho do Reino? Que tal conhecer Deus por andar com Ele, e não apenas por ouvir falar Dele?

Lembre-se que nosso melhor testemunho não é escrito e nem falado. A prática da vida cristã diariamente sim falará quem somos, e em quem cremos.

De qualquer forma, caso você use alguma expressão “do arco da velha” e a pessoa ficar com “cara de planta”, achando você o ser mais “bocomoco” do planeta, me escreva que eu terei prazer em ajudá-lo a convergir o termo para uma aplicação mais atual.

Escrito por: Ricardo Antoniassi

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